Hoje a dica é do professor Rogerio.
Nesta segunda parte de nosso guia sobre os phrasal verbs veremos em quais situações podemos encontrar esses termos e quais seus diferentes tipos de acordo com sua estrutura nas frases (veja a parte 1 da série aqui).
Já mencionamos que é muito importante conhecer e usar os phrasal verbs, pois são termos muito comuns e utilizados no cotidiano dos falantes nativos de língua inglesa e em vários contextos da língua. Mas isso não significa que devemos fazer uso deles em qualquer situação.
Quando usar?
É muito comum os phrasal verbs serem empregados em situações informais ou não muito formais (neutras), como nos exemplos autênticos listados abaixo:
a) I bumped into Mary at the mall last week. (frase do cotidiano)
[Na semana passada encontrei a Maria por acaso no shopping.]
b) 1,500 turn up for Facebook party. (manchetes de jornal, revista, sites)
[1.500 aparecem para festa do Facebook.]
c) Ladies and gentleman, give it up for Mr. Steve Carell. (evento, programa de TV)
[Senhoras e senhores, palmas para o Steve Carell.]
d) Don’ t let me down (nome de música)
[Não me decepcione.]
e) Cast away (nome de filme)
[
O Náufrago]
f) He could not keep up with time, never knew if it was night or day (…). (frase em um romance policial)
[Ele não conseguia acompanhar o tempo, nunca sabia se era noite ou dia (…).]
Há casos de uso de phrasal verbs em contextos mais formais, mas não trataremos disso por hora. Assim, em contextos e situações mais formais utilizaremos verbos que sejam sinônimos dos phrasal verbs. Como falantes de português, esses verbos de registro mais formal acabam até sendo mais fáceis para nós, uma vez que muitos têm origem no latim. Alguns exemplos:
- go up = increase
- find out = discover
- look after = take care of
- get over = recover
- carry on = continue
- give up = stop
- put out = extinguish
- pick up = collect
Quando, porém, não há equivalente mais formal para o phrasal verb, eles são usados mesmo em qualquer contexto: wake up, break down, take off, break into etc.
Gramática
Aqui vai um pouquinho de gramática para quem achar que ajuda. No aspecto gramatical, os phrasal verbs dividem-se em:
1. intransitivos = não têm objeto
Exemplo: eat out
We are eating out tonight to celebrate Valentine’s Day. [Jantaremos hoje à noite para celebrar o dia dos namorados.]
2. transitivos separáveis = têm objeto que pode ser inserido entre as partes do phrasal verb ou colocados após o termo.
Exemplo: call off
The partners called the deal off. = The partners called off the deal. [Os sócios cancelaram o acordo.]
Repare nisso
a) Veja que aqui o ‘objeto’ (o deal, ou negócio) está sendo descrito de maneira específica. Aqui, é mais comum falar o phrasal verb todo de uma vez:
They called off the deal that was scheduled for next Monday.
[Eles cancelaram o acordo que estava agendado para segunda-feira.]
b) Quando se usa it, you, they etc., eles (os pronomes) vem no meio do phrasal verb.
Have you heard it? I can’t belive they called it off! (não é possível usar call off it)
[Você ficou sabendo? Nào acredito que eles cancelaram (o acordo).]
3. transitivos inseparáveis = têm objeto, mas esse objeto nunca é inserido no meio do phrasal verb
We need to find someone to look after the children tomorrow night. (não é possível usar look the children after, look them after etc.)
[Precisamos encontrar alguém para cuidar das crianças amanhã à noite.]
Observação: há casos de verbos que podem ser tanto transitivos quanto intransitivos, dependendo do uso ou mesmo do significado. Com o tempo você vai se deparar com essas situações e, com as dicas da parte final da série, saberá como lidar com elas!
Great! Agora temos a teoria… mas e a prática?
Como saber em qual tipo acima um phrasal verb se encaixa? É obrigatório usar um objeto? Posso separar o verbo da partícula? Não há regra ou fórmula mágica!
Quanto mais você encontrar/usar um termo, seja na leitura, em um exercício ou em áudio, mais essa estrutura ficará armazenada inconscientemente em seu cérebro e seu uso correto vai tornando-se natural. A chamada “gramática internalizada” vai se formando na medida em que você tem exposição (leitura e listening). Nada de tentar decorar listas sem nenhum contexto… provavelmente você já percebeu que isso dá muito pouco resultado. Na hora de internalizar os mecanismos da língua com o objetivo de chegar a produzir a fala, nada, nada mesmo substitui muita exposição a pedaços da língua que você compreende. Não deixe de ler a série de dicas Como Ter Progresso na Fluência, que te mostra o que fazer na prática.
Na parte final desta série teremos a oportunidade de praticar os phrasal verbs, saber onde podemos buscar informações para sanar eventuais dúvidas e dicas de como registrá-los e usá-los de maneira mais ativa. See you there.